O problema da tautologia, discutida nesses termos, é o de que ela não prevê que as relações de sentido não são, de fato, meramente uma relação fechada entre um significante e um significado, estabelecendo uma constante, como o queriam as ciências positivistas.
Se a expressão ACABAMENTO fosse sempre o correlato semântico de DESFECHO, FINALIZAÇÃO, o que dizer, por exemplo, em relação à frase “esta mulher está ACABADA”, já que a palavra em maiúscula pode ser substituída por ENVELHECIDA?
Portanto, olhar com olhares generalizadores é pecar por excesso, coisa que uma visão gramatiqueira já deu conta de fazer e… equivocou-se!
A gramática esqueceu-se, por exemplo, de analisar que uma produção textual não se quer só lógica, dado que nela influem também, conforme a Estilística o disse, traços volitivos, emotivos, enfim, ligados à subjetividade.
Quando alguém diz: subiu pra cima, não necessariamente cria o efeito da repetição. Para testar isso, basta que analisemos os matizes semânticos de cada um dos constituintes e, ao final, cheguemos à conclusão de se se trata do todo proposto ou não.
subir = realizar movimento de um ponto inferior a um ponto superior
para cima = expressão adverbial indicadora do ponto a que se dirige
Se o que se mostra, na soma dos componentes, é a idéia de uma ação relativamente a um ponto superior, e, portanto, incompatível à idéia da interpretação, ou seja, repetição, COMO ELAS SE FUNDEM?
Isso mostra, como sugeriu Vigotsky, que a relação entre os dois signos reflete uma unidade não encontrável em nenhum dos elementos…