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Channel: Debates Culturais - Liberdade de Idéias e Opiniões » Paulo Valladares
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Em resposta à gramatiquice…

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GramáticaO problema da tautologia, discutida nesses termos, é o de que ela não prevê que as relações de sentido não são, de fato, meramente uma relação fechada entre um significante e um significado, estabelecendo uma constante, como o queriam as ciências positivistas.

Se a expressão ACABAMENTO fosse sempre o correlato semântico de DESFECHO, FINALIZAÇÃO, o que dizer, por exemplo, em relação à frase “esta mulher está ACABADA”, já que a palavra em maiúscula pode ser substituída por ENVELHECIDA?

Portanto, olhar com olhares generalizadores é pecar por excesso, coisa que uma visão gramatiqueira já deu conta de fazer e… equivocou-se!

A gramática esqueceu-se, por exemplo, de analisar que uma produção textual não se quer só lógica, dado que nela influem também, conforme a Estilística o disse, traços volitivos, emotivos, enfim, ligados à subjetividade.

Quando alguém diz: subiu pra cima, não necessariamente cria o efeito da repetição. Para testar isso, basta que analisemos os matizes semânticos de cada um dos constituintes e, ao final, cheguemos à conclusão de se se trata do todo proposto ou não.

subir = realizar movimento de um ponto inferior a um ponto superior

para cima = expressão adverbial indicadora do ponto a que se dirige

Se o que se mostra, na soma dos componentes, é a idéia de uma ação relativamente a um ponto superior, e, portanto, incompatível à idéia da interpretação, ou seja, repetição, COMO ELAS SE FUNDEM?

Isso mostra, como sugeriu Vigotsky, que a relação entre os dois signos reflete uma unidade não encontrável em nenhum dos elementos…


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