“Ouviram do Ipiranga às margens plácidas, de um povo heróico o brado retumbante…”
Sinto saudades de nossa epopéia à brasileira, na qual, pelo menos, vivia-se a utopia de se integrar uma atmosfera de grandes ícones da história.
Atualmente, o encanto e o orgulho cederam lugar à vergonha, sobretudo se consideramos a inversão por que tem passado_ainda sou otimista com o emprego do permansivo!_ o contexto magisterial: de locus do saber a… não se sabe o quê do poder.
E é verdade. Cada vez mais, é uma proliferação de ex-atrizes falidas (sem contar-lhes a profissão malfadada de mulheres de cantor famoso!), ex-pagodeiros aviltados por escândalos midiáticos (envolvendo a barriga da vez, obviamente!), espiritualistas totalmente apegados às tentações da matéria, enfim, de uma lista sem par cujo tempo e espaço seriam, para todo sempre, infinitamente incalculável todas as vezes em que nos dispuséssemos a recortar todos os signos relativos a esses seres. Para efeito de síntese, melhor é escolher-lhes uma palavra-ônibus, dessas de que, para participar, não precisa usar Rexona, porque a coisa fede: POLÍTICOS!
Num país onde a Educação se tornou, alarmantemente, parte de uma verborragia totalmente inócua dos horários eleitorais, vejo-me, ainda, indignado com a recusa, desses mesmos que entoam a canção do ensino como prioridade, de um aumento salarial expressivo que resultaria, certamente, num aprimoramento técnico a par de melhores condições de vida no nível do “a gente não quer só comia, a gente quer bebida, diversão e arte”.
Para quem interessar possa, o ensino-aprendizagem é uma relação de base interpessoal e que, como tal, necessita de elementos garantidores de sua vitalidade, entendida, indiscutivelmente, no sentido mais amplo possível.
No entanto, com as últimas e sempre revigoradas interdições dos nossos ditos representantes_e a última envolve os deputados estaduais que se opuseram aos 26% SUPLICADOS pelos professores da rede estadual, que obtiveram SOMENTE 5% e, portanto, um valor sempre menor que a proposta inflacionária!_, os professores, os agentes responsáveis pela lucidez do povo, acabam-se vendo, mais uma vez, sumariamente dizimados na sua profissão de fé. Se é que alguma ainda resta.
No final das contas, é como diria um certo poeta: “Quem é rico mora na praia, mas quem trabalha não tem onde morar…”.